O tempo é o senhor das verdades e mestre em revelar as
faces: você só aprecia bem as cores de um quadro e os detalhes quando você o
observa de perto. Pessoas são assim: você as conhece pela convivência.
Nessa jornada, única, o aprendizado é forjado pelo tempo,
pelas interações sociais e pelas situações. E aprendizado só se torna útil
quando conseguimos tomar as decisões com sabedoria: admitir erros, perdoar e
reconhecer que há coisas que podemos mudar (para melhor) e outras que não temos
como modificar (e aceitar é o caminho mais sensato). Isso se chama maturidade.
A maturidade, por sua vez, representa ter sabedoria de
analisar as situações, entender as limitações e aventar as possibilidades: o
que realmente nos move? O que nos preenche de coisas boas? De que forma estamos
agindo para mudar o nosso eu e, inclusive, mudar o nosso redor para melhor? Estamos nos importando com o nosso verdadeiro
bem-estar, ou nos acomodamos numa vida “mais ou menos”?
Nesses questionamentos, muitas vezes trombamos com situações
ou pessoas que não nos fazem bem. Insistimos em manter contato, ou continuar
vivenciando situações que já sabemos: não vão vingar. É como plantar sementes
em terras áridas. De lá, nada germinará. Vale a pena insistir em relações em
que é preciso “mendigar” atenção? Estamos sendo honestos com nós mesmos ao
continuarmos num emprego ou curso que nos deixa infelizes? É necessário manter “amizades”
que sabemos serem só por interesse?
A maturidade surge como a melhor ferramenta: é ela quem vai
permitir olharmos para dentro e para fora. Analisar o que nos cerca e o que nos
falta. Refletir sobre as nossas capacidades, dificuldades e possibilidades. A
partir dela, podemos fazer escolhas mais sensatas. A questão que devemos sempre
fazer: estamos sendo maturos ou imaturos?
Juliano Schiavo é jornalista, escritor e biólogo
Americana – SP.
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